domingo, junho 29, 2008

Qué isso de sintonia, coincidência e etc e tal???

Queria postar o vídeo... mas não me deixam...
Estava eu deitadinha na praia a apanhar o belo do soleil... a pensar na vidinha e cá com um fio de pensamento... iPod a tocar randomly, e derrepentemente surge isto:

I don't want


I don't want to have half-hearted love affairs
I need someone who really cares
Life is too short to play silly games
I've promised myself I won't do that again

It's got to be perfect
It's got to be worth it, yeah
Too many people take second best
But I won't take anything less
It's got to be, yeah, perfect

Young hearts are foolish, they make such mistakes
They're much too eager to give their love away
Well, I have been foolish too many times
Now I'm determined I'm gonna get it right

It's got to be perfect
It's got to be worth it, yeah
Too many people take second best
But I won't take anything less
It's got to be, yeah, perfect

Young hearts are foolish, they make such mistakes
They're much too eager to give their love away
Well, I have been foolish too many times
Now I'm determined I'm gonna get it right

It's got to be perfect
It's got to be worth it, yeah
Too many people take second best
But I won't take anything less
It's got to be, yeah, perfect
It's got to be, yeah, worth it
It's got to be perfect

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quinta-feira, junho 26, 2008

Casas comigo?


Sim, é um facto: tem cara de miúdo... E provavelmente até o é! (não sei... não fui ver e principalmente não sei como é que ainda não tinha reparado no espécime). Mas que é que isso interessa??? Com o jogo que está a fazer eu só tenho a declarar que este miúdo me levava ao altar... Sim , uma gaija tem os seus princípios e há que manter um determinado estatuto... Mas por este miúdo, pelo seu talento e pela sua conta bancária, eu até dava um jeitinho aos meus princípios e estatuto... Epá, a malta podia ter uma relação assim pó aberta, né?!?!?! Eu não acredito na fidelidade mesmo... o que não significa que tivesse que ser desonesta. Eu contava-lhe tudo. Tudinho!!! Tudo o que ele quisesse saber. Afinal, jamais casaria se não tivesse uma relação baseada na confiança... Ó puto Fabregas, casas comigo? Casas? Casas? Casas?

quarta-feira, junho 25, 2008

Porquê o amanhã hoje?

O céu estava azul de manhã...
Começava o dia com uma disposição sensacional. Olha a sempre bem disposta, chegou em tom de piropo. Ficou agradada com o comentário. Sorriu.
Tudo corria bem, as contingências não desagradavam... O não planeado, a surpresa, o inesperado agradavam mais que o calculado, o ponderado, o planeado... Gostava de surpresas. Gostava que fossem mais...
O sol brilhava e era Verão.
Ainda mais cedo havia a famosa nebulina. Mística. Com uma luz que quase cega. O reflexo no mar...
Era cedo, muito cedo e já tinha no corpo a sensação de alívio depois de o exercitar, depois de transpirar, depois de expurgar o que era supérfluo... O duche sabia pela vida!!! Deixava-se permanecer debaixo do jacto forte por meros segundos... E viajava... No tempo, no espaço... Pelo corpo.
Mais tarde um cheiro conhecido que se sentiu por acidente. A proximidade não estava calculada. Não era esperada. Arrepiou-se... Lembrou-se do dia anterior. Lembrou-se do que se tinha permitido sentir... Mais do que deixar-se levar pelas emoções, delirava ao deixar-se levar pelas sensações... Os sentidos. O toque, o olhar, um sorriso, o afagar do cabelo, o prazer em cada poro, em cada pedaço de pele, de corpo, de alma, um beijo meigo, outro sôfrego...
Sentia-se bem... mais bem do que feliz... Que isso da felicidade é uma coisa complicada... Será total e completa? Serão momentos? Achava que sim... e dizia-se feliz. A felicidade está nas pequenas coisas, nos momentos, nos sorrisos, nos olhares... nos dias como o de ontem... nos momentos mais simpáticos. Numa gargalhada solta e livre e genuína e verdadeira e esvoaçante... Como gostava de gargalhar! Parecia que rejeitava o que não queria encarar. Porque sofrer por antecipação? Não faz qualquer sentido! Seize the day!!! E o amanhã logo se vê... Como gostava de sentir o coração aos pulos. De retribuir sorrisos. De dizer um piropo vindo do nada... Uma provocação dissimulada em forma de olhar ou toque subtil... Os cenários negros nunca o são assim tanto... Porquê perder tempo a pensar nisso se as sensações à flor da pele lhe provocavam sorrisos e serenidade no fundo do estômago? Porquê pensar no que pode e não pode vir a acontecer, quando o que acontece é tão mais imediato e puro e real e... sente-se na pele... os pêlos eriçam-se...
Amanhã? Amanhã logo chegará... Mas hoje??? Hoje estava lá. E era ali que queria estar, era aquele o aorriso que queria desenhar, era aquele o mimo que queria... Era aquele o momento que queria sorver...
Irresponsável? Talvez... Achava que não. No fundo, sabia que as emoções por vezes voavam alto e levavam a um exacerbar nas palavras... Talvez tivesse exagerado... Foi forte... muito forte o que havia dito. Fruto da emoção do momento, é certo. Não deixava de ser verdade... Mas talvez mais matizado... Não sabia muito bem o que pensava, sentia ou queria... só sabia que gostava das sensações, dos olhares, dos toques, dos sorrisos, das palavras entredentes... de ver o prazer estampado no rosto, de se soltar ao sabor e vontade do prazer alheio... Gostava, estava serena e era feliz...

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terça-feira, junho 24, 2008

ARGHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Mudança de PC...
Guardar ficheiros pst para passar para o "novo"...
Fazer limpeza ao desktop, à my documents, à pessoal, à back-up...
Passar tudo para o "novo"...
Irra!!! E assim se perde 1 dia de trabalho...
Ficar a olhar pó PC enquanto mais nada funciona... carago (sim, estou a ser bastante comedida no que me sai pela ponta dos dedos... que a língua já viaja noutra dimensão...)!!! Irra!!! Gaita!!! Chiça!!! Porra!!! (que é como quem diz: Foda-se!!! Caralho!!! Que não há cú pa esta merda toda!!!) E fiquemo-nos por aqui, antes que me passe mesmo da marmita, TÁ?!?!?!?!?!
Fui!!!

segunda-feira, junho 23, 2008

Constatando...

Peito cheio. Era assim que se sentia… Sensações, Emoções. Sentimentos… “Isso é Paixão”, tinha ouvido. Que disparate! Nada disso… é só um pico de adrenalina. O peito precisa de se manter activo para não se esquecer, mas é só isso. Nada mais que isso. Agora paixão… Isso é coisa de miúdos… Ou de gente de emoções. E era uma pessoa de razões… O sorriso descrente, quase piedoso, causou arrepio. O assunto já era outro, claro, mas o peito cheio, de tão cheio ocupava tudo… Não respirava bem. Não tinha fome. A insónia seria do peito? Estranho! Talvez fosse uma gripe. Sim, era isso. Estava concerteza a chocá-la. Os sintomas correspondiam. Vitamina C resolveria concerteza a questão… A questão daquela sensação de enfartamento no peito…

sexta-feira, junho 20, 2008

Paz de espírito

We'll do it all
Everything
On our own

We don't need
Anything
Or anyone

If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?

I don't quite know
How to say
How I feel

Those three words
Are said too much
They're not enough

If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?

Forget what we're told
Before we get too old
Show me a garden that's bursting into life

Let's waste time
Chasing cars
Around our heads

I need your grace
To remind me
To find my own

If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?

Forget what we're told
Before we get too old
Show me a garden that's bursting into life

All that I am
All that I ever was
Is here in your perfect eyes, they're all I can see

I don't know where
Confused about how as well
Just know that these things will never change for us at all

If I lay here
If I just lay here
Would you lie with me and just forget the world?

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Porque...

E porque há alturas em que simplesmente devemos aparecer... ou desaparecer...
E porque há dias em que apetece dizer olá de longe sem ver ou ser visto...
E porque há momentos que se guardam na memória para não mais se sentir...
E porque há emoções que repetiríamos ad eternum, sem condicionalismos, medos, cobranças, agonias...
E porque há sorrisos e olhares que se perdem no tempo e no espaço sem que deles nos consigamos desligar...
Porque sim e porque não...
Simplesmente!!!

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terça-feira, junho 10, 2008

Desfecho...

Depois de um noite a lutar contra si próprio... o Kiko faleceu...

No lado triste do meu curriculum de condutora, fica um atropelamento fatal dum bicharoco cujo único mal que fez foi seguir os seus instintos...

Eu e os meus picos...

O dia de ontem foi o chamado dia de merda!!!
Com picos de todas as emoções possíveis e imaginárias... dará para guardar selectivamente as memórias cuidadosamente escolhidas? Umas guardo-as na prateleira, pertinho, mesmo à mão de semear, para em qualquer momento arrancar sorrisos e arrepios... Outras, simplesmente deito fora e não mais a elas recorrerei... Pode ser?

Foi o verdadeiro dia de trabalho "descansado". Escritório quase vazio, o trabalho até rendeu, mas não tanto quanto queria. Até despachei uns pendentes, mas não tanto quanto queira. Até esclareci uns equívocos, mas não tanto quanto queria, e até limei arestas a novos procedimentos, mas não tanto quanto queria... Muito por culpa das tais das emoções que me visitavam em picos. Prazer, revolta, desafio, indignação, alegria infantil...

Saio tarde e a más horas e venho pelo caminho a admirar o fantástico pôr-do-sol, com cores que há muito não via. Estava nas calmas, já estava em modo feriado, pensava se tudo o que queria levar até Barça que caberia na mochila... vejo um rato preto atravessar a estrada a correr, e numa fracção de segundos aparece um cão enorme, preto de coleira vermelha a correr atrás do rato. Não tive tempo para nada. O embate foi inevitável, e não foi meigo. E a seguir o cão passou debaixo de todo o carro. Quando consegui parar o carro, vi pelo espelho retrovisor, que o cão voltou a atravessar a estrada a correr em direcção a casa. Como é óbvio e evidente voltei atrás e dei conta das pingas de sangue pelo chão. Escusado será dizer que toda eu tremia, não deixando de sentir o momento do embate a cada 3 segundos. A dona, transtornadíssima, mal conseguia falar. Agiram rápido e o marido já tinha arrancado para o veterinário.
Ânimos acalmados, consegui voltar a pegar no carro e fazer os parcos km q ainda me faltavam...
À noite soube notícias do Kiko. Fez um traumatismo craniano e está sob observação. As 24h que se seguem ao acidente são cruciais para perceber se o bicharoco se safa ou não.
Posso dizer que tenho um aperto no coração?
Posso dizer que o facto de saber que não fiz nada de errado e que nada estava nas minhas mãos para evitar o que quer que fosse, ainda me deixa mais frustrada?
Posso dizer que, de forma completamente egoísta e hipócrita, me dei conta de que estava novamente a rezar?
Posso dizer que não faço puto de ideia de como ficou o carro e que também não me interessa???
Posso dizer que mandei um berro à 1ª pessoa que me perguntou pelo carro, respondendo que não queria saber do filho-da-puta do carro?

Quando cheguei a casa, e depois de comer um belo dum croissant com muito chocolate, sentei-me em frente ao portátil e espreitei o blog. Não sabia bem porquê, mas nas últimas 24h as visitas quase tinham triplicado. Seria das fotos de nóió??? Nãããã!!! N creio... Q raio... Deixa cá ver... Então não é que o meu Acordar estava escarrapachado nas Notícias Locais do SAPO???

domingo, junho 08, 2008

Desconsolei a Muqueca!!!

Cantinho laranja.
Chá.
Fim de tarde.
Livro que estou a devorar.
Sol que entra janela adentro e me bate directo no rosto...
Música baixinho mesmo no meu ouvido.
Pássaros a cantarolar ali fora.
De repente um burburinho de pássaros na minha varanda. Pensei Estão possuídos, mas são giros estes bicharocos e sorri... 2 segundos depois entram-me sala adentro 2 gatos quase histéricos. A Muqueca trazia qualquer coisa na boca... Depois de piscar os olhos que não viam bem, por terem há algum tempo o sol de frente, nem queria acreditar. Os gatos correm os 2 para a cozinha e ouço o pobrezinho do pássaro a queixar-se... Se já estivesse morto, deixava-os dar azo ao instinto... mas ouvir o pobrezinho... doeu-me a alma... Estava no cantinho da cozinha, atrás da porta. Mandei os gatos embora e tentei apanhar o bicharoco para verificar o seu estado, mas obviamente foi-me impossível. Voou pela minúscula cozinha, contra um armário e caiu direitinho dentro do copo da Starbucks... De imediato tapei o copo com 1ª coisa que me apareceu à frente e pela varanda da cozinha, soltei o bicharoco. Não cheguei a verificar se estaria ferido ou não, mas voou depressa e decididamente dali pa fora... Portanto, totalmente inabilitado não estava.
Desconsolada ficou a minha bitcha, que depois de correr exaustivamente cada canto da cozinha, não larga a varanda em busca de outra presa...

@ Central Park

Tarda, mas não falha...
Aqui deixo algumas fotos do meu 1º dia em Nóió... Em vésperas de + 1 viagenzita... hehehe Desta vez é Barcelona e, será, muito provavelmente a última viagem outdoors deste ano...

New York Police Department - os pópós do Central Park

Nunca cheguei a saber do que se tratava, na realidade. Será uma cítara??? O som, garanto, era indescritível...

O meu amigo James... De dia, no Central Park, à noite num clube de Jazz em pleno Bronx, que não cheguei a visitar...

Sim, é um facto... Um falcão!!! Sim, em pleno Central Park!!!

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Acordar...

É... os campeonatos de futebol já acabaram... Não mais há jogos aos Domingos de manhã com a respectiva chamada do povinho a partir das vergonhosas 9h da madrugada (quando não é mais cedo), ao som de bela e popular e estridente música ali mesmo do outro lado da rua... Moro na rua de baixo do estádio do Encarnacense Futebol Clube... O vizinho de cima, ao menos ainda vê os jogos, mas eu nem isso. Fico-me pela bancada... Só que hoje o campo está estranha e serenamente vazio e quedo.
O vizinho de baixo (bastante interessante, diga-se), foi passar o fds fora. Levou consigo aqueles 2 amores (leia-se terrores) que são o Filipe (pequeno histérico hiper-activo de 3 anos e meio) e o Tiago (pequeno mais pequeno e menos histérico) de 2 anos... O Tiago não grita para a bola, não grita para o ar, não grita para tudo o que lhe aparece ou deixa de aparecer à frente, como faz o Filipe. Em contrapartida, passa a vida "Ó mãe, ó mãe, ó mãe, ó mãe, ó mãe....", ou então "ó pai, ó pai, ó pai, ó pai, ó pai..." Questiono-me porque será que os ais já não lhe respondem tão amiúde...
Convenhamos que são todos pessoas amorosas, a começar pela mãe Inês e pelo jeitoso do pai Pedro e a acabar nas pequenas criaturas que até conseguem ser engraçadas... Mas ao Domingo de manhã podiam, sei lá... enfim... desaparecer do mapa?!?!?!
E não é que tudo se me conjugou em conformidade, nesta soalheira manhã de domingo??? (Algo está para acontecer)... No campo do Encarnacense, silêncio. Na casa do vizinho de baixo... silêncio. Estranho!!! Acho que hoje acordei porque havia demasiado silêncio... Ou então foi porque já estava na cama há bem mais de 11h... Sim, que isto pa quem normalmente anda pelas 6h de sono diário... Fogo!!! Até me doía o corpinho quando acordei...
Mas a coisa não acaba por aqui!
Aquele místico gesto de fazer subir o estore, tinha preparada mais uma agradável surpresa... Sol!!! Mas um sol poderoso, que me deixou a piscar os olhos e a indagar "Que raio!!! Mas não estávamos ainda no Inverno?!?!?!" Baco e Muqueca, no alto das suas peludas barrigas, rebolam-se no chão (sujo e cheio de lixo) como se não houvesse amanhã. Soubesse eu outras coisas e diria que os sacanas quase têm orgasmos...
Mas... ainda não acabou... Não é que deve ser mesmo Primavera??? Ou até quase Verão... Onde andava eu com a cabeça??? Centenas (para não dizer milhares) de pássaros dão-me os Bons Dias... Ele é andorinhas, ele é aquelas coisas estridentes e minúsculas de que agora não me lembro o nome (serão pardais???)... Até uma sacana duma gaivota se aventurou 5km adentro...
Pequeno-almocinho feito e sento-me no chão da varanda... Vá-se lá saber porquê voltei a pensar que tenho que comprar uma piquena mesinha e respectiva cadeira para pôr na varanda. Assim daquelas de ferro, porque o objectivo é que ela fique mesmo lá... Não quero passar a vida a trazê-la pa dentro porque chove ou está vento... Pode ser assim daquelas antigas, pesadas... Epá, uma cena de mobiliário em 2ª-mão... Hum... Lembrei-me agora que há uma associação ali na Venda do Pinheiro que vende coisas deste género... 1º fds depois do fim-do-mês, já sei onde vou!

terça-feira, junho 03, 2008

Meia anestesiada!!!
É assim que me sinto... Nada me toca, nada me choca, nada me move...
Cá estou, no buliço do dia-a-dia, à espera de levar uma pancada que me deite ao chão...
Serenidade a mais assusta. Pacificismo a mais desconcerta. Aguardo...

domingo, junho 01, 2008

Um serão com Ana Rodrigues Trio...


O som de 2 violas; 3 vozes; um copo de tinto; mousse de frutos silvestres. Gosta do sabor meio acre, meio doce das framboesas. Das grainhas dos morangos. Da cor forte das amoras. O vinho é Alentejo. O seu favorito! Já havia referido como os cheiros de algumas pessoas a marcavam. Já havia, inclusivamente, escrito sobre isso... Achava, no entanto, meio estranho falar e partilhar sobre...

Não precisava de demasiada proximidade para o sentir, lembrar, reconhecer, ansiar... Era único e inconfundível. Um aroma que lhe lembrava prazer, harmonia, emoções fortes, sentimentos esquecidos, janelas escancaradas a um campo florido, fim-de-tarde à beira-mar, anoitecer na montanha com brisa de lua-cheia. Reconhece-o. Não precisa de maior familiarização para o absorver com cada poro de pele... Conhece-o! Reconhece-o! Relembra-o! O cheiro da sua pele... Algo que lhe custa explicar por palavras audíveis e comuns...

Foto dela

A ver Ana Rodrigues Trio!!!

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Regresso inesperado...

Regresso a um lugar muito meu. Especial!
Em miúda, calcorreava cada pedaço desta areia... Conhecia como a palma da minha mão cada declive de cada duna. Sabia onde estavam os pequenos arbustos com espinhos que tanto gostavam de presentear as solas dos pés. Era bom andar sempre descalça. Livre! Correr ao sabor do vento e da vontade...
Agora está diferente! Não conheço os caminhos, nem as dunas. Talvez até fosse capaz de me perder no meio do pequeno arvoredo que conhecia como ninguém.
O mar... Esse é o mesmo. O mesmo que me prendia o olhar por horas a fio. O mesmo mar agitado que ajuda a expurgar... A mesma linha do horizonte que sempre me fascinou... Não existe, mas está lá. Nítida! Indiscutível! Incontornável! Sorrio à analogia que se desenha no meu pensamento...
A maré está cheia. Em vez de gaivotas, um inesperado corvo depenica qualquer coisa à beira da água. Não percebo o que é e, quando me sente a presença, voa para nenhures.
Azul... Diversos são os tons e sons que me presenteiam a alma neste momento em que me viro para dentro. Queria colocar um letreiro
Fechado para Balanço... ou até para Obras...
Está vento! Um vento que me faz voar o cabelo... Gosto de o sentir solto e com vida. Quase com vontade própria... Deixa-se ir e estar. Simplesmente plana ao sabor e capricho da aragem.
O sol, tímido, entra-me pelas roupas pretas e gera algum calor. Pouco! Lá no fundo, um banhista destemido entra pelas ondas adentro. Louco! Nem calculo a temperatura...
Gostava de aprender a vomitar palavras e sensações. Explicar brevemente o que me vai no peito e na alma. Mas tudo me sai aos tropeções... Há sempre algo mais a acrescentar, a clarificar, a dizer de outra forma... outras palavras...
Aqui acalmo-me. Abranda o batimento do coração. Serena a respiração. Olho em frente. O azul do mar, mais escuro no horizonte. O céu. A espuma branca das ondas que rebentam na areia clara, fina, macia...


FONTE DA TELHA
1/VI/2008