Retiro
É uma espécie de retiro. Sinto-o como se tivesse um tecto baixo. Talvez com algum material que o aconchegue, aqueça... Talvez tivesse uma pequena porta. Daquelas que só perpassamos agachados, qual criança em brincadeira de fim de tarde na sua casa de bonecas... Estou encostada às almofadas. Pernas estendidas, este é o meu momento. Toca uma música que me estimula os sentidos. O chá já acabou. Tenho o meu livro novo na mão, mas não é para já. A luz é ténue, suave. Reflecte no meu canto laranja... Chove! Gotas de água correm vidro abaixo numa dança sem fim, sem sentido, sem sabor, sem espera...Serenidade! Pode dizer-se que o relógio parou, o coração não bate, o peito não se eleva. Sossego! Uma viola toca notas soltas, harmoniosas, suaves, fluidas... Paz de espírito! O lápis mal afiado corre papel afora, podia dizer que sem sentido, sem ritmo, sem cuidado com a forma ou conteúdo... Simplesmente me viro pa dentro. Estar comigo própria. Sentir o bater do meu coração. Ouvir pensamentos que voam pelo disparate e pela patetice. Uma pausa no turbilhão. Sorrisos que dançam ao sabor da música que se alegra... A viola canta só para mim. É só minha. Numa melodia inigualável simplesmente expurga tudo o que de impuro mancha a minha emoção. Limpa! Alma limpa, lavada, leve... em paz... Carrego no botão do repeat, escorrego pelas almofadas e puxo do meu livro novo...
Imagens d'aqui e d'aqui
Etiquetas: Hoje apetece-me...
2 Comentários:
o sentimento invadiu este espaço... ;-)
miguel, f. carvalho,
opááá!!! Isto, de vez em quando tb é preciso né?!?!?! Agora, só disparates, só disparates... Há que dar asas à imaginação e deixar correr o lápis pelo papel... Don't u agree?
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