terça-feira, julho 10, 2007

Há dias assim... #27

Às vezes as palavras não fluem...
Apenas as imagens!
Guardadas nos confins do baú das memórias...
Impressas num pedaço de papel brilhante...
Resgatadas numa história hilariante...
Às vezes as palavras não chegam...
Apenas o silêncio! E o sentimento! A emoção! O olhar!
O vácuo de palavras...
A noite de Lua nova das expressões...
O todo de significado...
Às vezes as palavras não falam...
Não comunicam, não expressam, não traduzem...
Há dias em que o discurso nada diz, e as ideias não se apreendem.
Há dias em que a memória rebusca nos confins das sensações, emoções há muito escondidas e ignoradas, trazendo ao de cimo sentimentos que se cruzam.
Por um lado o saudosismo e o sorriso; por outro a mágoa e a saudade...
Há dias em que falar não chega...
Há dias em que as palavras fluem discurso adentro e nenhum peso carregam...
Nada acrescentam...
Nada explicam ou explicitam...
Há dias em que a memória se constrói no futuro e se projecta ao longo dos tempo...
Há dias em que a nostalgia toma conta do sentir... e do ser e do agir e do pensar e... do sentir...
E há dias em que o desconhecido e inexplicado se revelam em frente dos nossos olhos e de repente tudo se torna ainda mais confuso...
E o sentir, e o falar, e o olhar, e o tocar, e o partilhar...
O dividir!
E o nada disso...
Há dias em que a ausência ganha espaço e domina o ser...
Há dias em que o sentido se perde e se quer partir do zero, mas...
Não há zero! Apenas algo depois... E o depois se quer esquecer, apagar, ignorar...
E há dias em que há um caminho à nossa frente pronto para ser percorrido, mas há algo que nos faz virar mais uma vez o olhar...
E há dias em que o primeiro passo é impossível... o peso do pé torna-se insuportável e não há forma de abandonar o estático, o inerte, o involutivo...
Há dias em que as palavras não chegam, e os olhares não falam, e o toque não sente...
Há dias em que um vidro transparente que tudo deixa ver e alcançar, não é derrubável, ou ultrapassável. Não deixa percepcionar ou sentir. Apenas ver... sem lá chegar...
Há dias em que está tudo a um passo a um esticar de mão, aqui ao lado... Quase se sente, quase se vive, quase se cheira...
Há dias assim...

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3 Comentários:

Às julho 11, 2007 8:28 da manhã , Blogger somebody disse...

Muito bonito!

 
Às julho 16, 2007 7:33 da tarde , Blogger Ele há horas assim... disse...

A menina estava inspirada. E não é que saíu um texto lindíssimo?

Uma contradição de sentimentos, sensações, ideias...

E não é que tudo isto é verdade?

Beijinho

 
Às julho 17, 2007 11:05 da tarde , Blogger Catarina disse...

somebody,
muito obrigada!!!

ele há horas assim,
pois que há dias assim... ;)

 

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