quinta-feira, maio 18, 2006

Expectativas...

Chego à conclusão de que tudo se resume a expectativas... a gestão de expectativas... a erros nas expectativas...

Numa simples compra, há uma enorme gestão de expectativas por detrás de tão simples acto. Como quando compramos umas calças novas. São tão giras, e ficam bem e são baratinhas... E pronto, compramos e ficamos felizes da vida. Mas depois, ao fim de um tempo, vestimos as calças com a camisola favorita e olhamos para o espelho e afinal aquela escolha não foi nada acertada. Ou porque fica larga aqui e apertada ali, ou porque afinal a côr não era bem aquela... ou sei lá.
Num objecto de decoração passa-se exactamente o mesmo... vemos uma peça que ficava mesmo gira naquele canto. É perfeita!!! E pimba... Comprada. E depois chegamos a casa e vamos àquele canto e afinal não era bem aquilo, ou porque a dimensão do objecto não é a ideal, ou porque o tom não é exactamente o mesmo... ou porque...

Bom, como dizia, tudo se resume a expectativas. Temos a expectativa de que algo é bom, é bonito, é perfeito, é mesmo aquilo que queríamos, e afinal...

O mesmo em relação às pessoas... Quando conhecemos alguém, podemos até nem ter expectativas à partida... Afinal, não conhecemos a pessoa, não sabemos o que esperar delas...
Mas à medida que vamos conhecendo as pessoas, e começamos um qualquer envolvimento/relacionamento com elas a coisa vai-se formando. Esse monstro chamado expectativa vai crescendo. E acabamos por desenhar expectativas em relação às pessoas.

Nada mais injusto! As pessoas são o que são, não são o que esperamos que elas sejam... Se as pessoas não respondem na exacta medida das nossas expectativas, a culpa é nossa. As expectativas é que estão desfazadas. Não são realistas... Por muito que custe não devemos deixar o monstro tomar forma. Aguardar silenciosa e calmamente que as coisas se desenvolvam da forma mais saudável possível... Ficar ali, viver cada momento, mas sem pintar a coisa seja de que côr for, sem lhe pôr adereços, sem a arrumar nas nossas gavetas do coração... Isso vem depois... muito depois... quando já conhecemos muito bem as pessoas... e mesmo aí, podemos ficar surpreendidos... E porquê??? Porque mais uma vez, as expectativas criadas, por nós desenvolvidas em relação a algo ou alguém, estão erradas. Desfazadas. Desajustadas. Injustas. Whatever...

Bom, no meio disto tudo, o que é que acontece??? Pois, o resultado não é bom, né??? Quando se trata de um objecto, quer dizer, menos mal... mas mesmo assim é dinheiro deitado à rua... e depois ficamos com o tal objecto que até é bem giro, mas que não serve para o que queríamos...
Já no que se refere às pessoas e às relações entre elas, a coisa complica. Tudo bem, não há dinheiro deitado à rua... mas há outras coisas. Sentimentos. Emoções. Recordações. Vivências... e falta delas.

Em resumo, e era aqui que queria chegar: tanto quanto possível, o segredo é não criarmos expectativas. É tão mais justo para toda a gente... Tão mais simples... E quando há qualquer tipo de desilusão, não nos iludamos. A culpa (embora odeie falar em culpa... acho que as coisas não são nunca tão lineares que se possa identificar um culpado do que quer que seja...), mas dizia eu, a culpa não é de mais ninguém, senão de nós próprios... Nós é que deixamos que as expectativas se desenvolvessem num sentido que não era suposto. Nós é que criamos uma imagem que não existe. A pessoa é outra... não é aquilo que we expected que ela fosse.

Somos o que somos e não aquilo que os outros expect que sejamos...

3 Comentários:

Às maio 18, 2006 7:21 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Confessa lá, e tinhas algumas expectativas em relação a este post? Humm

 
Às maio 18, 2006 7:44 da tarde , Blogger Catarina disse...

descamisado,
confesso que tinha. Tinha a expectativa de que ele me ajudasse a esvaziar a caixinha da angústia. E as expectativas não saíram nada goradas...

 
Às maio 18, 2006 8:38 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

;)

 

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