domingo, agosto 13, 2006

Há dias assim... #13

Estava bem... As coisas corriam de feição. Não se podia dizer que tudo corria às mil maravilhas, que melhor impossível, mas também não havia do que se queixar.
O dia estava óptimo!
Entre uma coisa que estava a fazer e que lhe estava a dar um prazer imenso, ía dando um jeito à casa... sim, porque infelizmente as coisas não se fazem sozinhas. Adoraria poder dar-se ao luxo de pagar a alguém para dar aquele jeito semanal, mas as coisas estavam longe de estar estabilizadas e o dinheiro era necessário para outras coisas, pelo que não lhe restava outro remédio senão tratar do assunto... e mai nada!
Como a preguiça até tem atacado e a coisa se tem arrastado, quando arredou o móvel até se assustou: Não admira que tenha tido uma crise de alergia!!! A dormir ao lado de tão grande monte de pó... Mais o pêlo dos gatos que se agarra qual carraça...
Mas apeteceu-lhe ir até à praia e o resto das limpezas fica pa mais logo... ou pa amanhã... ou sei lá... logo se vê. Não ía concerteza stressar com isso. No meio de tudo o resto ía-se lembrando do que estava por fazer no trabalho: concursos, prazos apertados... ía gerindo... melhor: tentando arrumar uma agenda mental, para conseguir dar conta de tudo.
Foi à praia, adormeceu por uns minutos, tomou uma banhoca, esparramou-se ao sol, voltou a cochilar uns minutos e quando acordou estremunhada com o berro de uma criança, sorriu: "Bela vidinha!!! hehehe Não te podes queixar... Será isto a felicidade?"
A coisa ía fluindo, serena, bonita, com um certo cheiro a felicidade...
Mas há dias em que tal como as coisas podem estar muito bem também podem ficar muito mal. Basta um segundo... um mero segundo e tudo muda. De repente o céu caiu-lhe sobre a cabeça... Aconteceu uma das poucas, senão a única coisa que não podia ter acontecido. Ainda lhe deram a notícia com a maior das naturalidades... como se se tratasse do episódio mais curriqueiro à face da Terra... Mas o céu caiu-lhe em cheio em cima da cabeça.
Depois do choque inicial, reagiu. Chorou. Gritou. E queria pegar no telefone para dizer tudo o que lhe ía na alma. Queria dirigir aqueles berros a alguém. Queria descarregar. Queria que se entendesse o que pensava e o que sentia naquele momento... Mas não. Há dias em que, uma e outra vez ficamos para segundo lugar. Não podia fazer aquilo. Ia magoar. Ia dizer as coisas à bruta. Ia magoar. Não podia... Não podia, porque os outros iam ficar magoados. Não podia porque se calhar não tinham noção do que tinham feito. Não podia porque se calhar a outra pessoa não ia ter a melhor das capacidades para lidar com aquela reacção.
Chorou.
Gritou.
Há dias em que a tempestade se forma em menos de um segundo.
Há dias em que a frustração, o desgosto, a mágoa não são suficientes para descrever o que se sente.
E ela? Como fica ela? Mais uma vez é obrigada a lidar com a situação sozinha, sem reagir... sem berrar com ninguém. Mais uma vez, os outros poderiam não ter as forças para lidar com o assunto, mas ela foi obrigada a encontrá-las... Chorou. Gritou...
A ferida mal sarada voltou a sangrar...
Será que algum dia isto terá fim???
Há dias em que a incapacidade para lidar com os sentimentos alheios não deveria condicionar nada nem ninguém... E ela? Como fica ela no meio disto tudo? Porque é que mais uma vez tem que ficar para segundo plano? Porque é que mais uma vez pensa primeiro no sofrimento que poupa aos outros e engole o seu próprio?
Há dias em que apetece desligar o botão e voltar a ligar mais tarde... já noutro filme. Noutro cenário. Com outros papéis, outros interveientes...
Há dias em que o passado parece estender-se até ao futuro mais longínquo.
Há dias em que o que passou não passou... e as águas passadas movem moinhos.
Há dias em que o Mundo não é a concha dela...
Há dias em que a concha se fecha e lá dentro está ela... só. Apenas ela. Só ela. E parece-lhe que ninguem entende o que sente.
Há dias em que lhe apetece escancarar a boca e gritar ao Mundo a sua lágrima...
Há dias em que os amigos estão à distância de um telefonema... mas optou por lhes poupar este sofrimento...
Há dias em que tem que chorar sozinha e dormir sobre o asunto na esperança que o novo dia traga um sol luminoso capaz de lhe arrancar um sorriso.
Há dias assim...

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5 Comentários:

Às agosto 15, 2006 12:35 da manhã , Blogger mary disse...

Mais Rápido que Terapia
Capitulo 5 - pág 101
"Não espere que os Outros pensem como Você"

"Não é verdade que grande parte da nossa frustração está relacionada com a nossa falta de compreensão em relação ao motivo por que as outras pessoas comportam assim?
(...)
Discutir continuamente as vossas diferenças, qualquer que seja a diferença especifica ou quão relevante pareça ser, apenas assegurará que você sentirá os efeitos desses pensamentos, que invariavelmente serão negativos. E uma vez que se esteja a sentir negativo, irá estar ainda mais inclinado a culpar as suas diferenças peça maneira como se está a sentir. É um ciclo negativo sem fim.

O caminho mais eficaz e directo é, primeiro, recuperar um sentimento mais pacifico dentro de si, através da compreensão da natureza e da inocência das diferenças fazendo-as parecer menos significativas e mais fáceis de discutir."

 
Às agosto 27, 2006 11:24 da tarde , Blogger Catarina disse...

mary,
decididamente, tens que me emorestar essa obra!!!

 
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