sexta-feira, junho 23, 2006

Pensamentos

Lembro-me do tempo em que pegava na caneta e deixava fluir... As palavras surgiam umas atrás das outras. Sucediam-se numa dança que parecia não ter fim.
Agora agarro-me a um teclado e elas vêem-me à cabeça com uma rapidez maior que a capacidade dos dedos... Não me consigo acompanhar. Estou rápida, muito rápida. Penso numa coisa e quando a quero reduzir a escrito já passou. Penso numa imagem que poderia materializar o pensamento mas é nebulada. A nitidez está longe de ser suficiente. A imagem não chega, as palavras já foram... fica algo aqui dentro. Algo que aflorou. Que deixou uma sensação. Um arrepio à flor da pele. Mas que não consigo explicar. Perceber. Quanto mais explicar.
Penso que um pequeno Moleskine podia ajudar. Mas enquanto abro o Moleskine, procuro a caneta na mala e me concentro na busca dos ditos, o pensamento vem e vai e nada há já a fazer... Veio. Foi e nada... Passou. É isso... Passou. Deixou a sua marca claro! Mas essa marca é minha. Muito minha e não a divido com ninguém. Talvez um suspiro a transmita. Mas não é uma partilha massificada. Longe disso. É algo que não se explica, não se vê. Simplesmente se sente... ou não.

8 Comentários:

Às junho 23, 2006 10:04 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

E se escreveres primeiro em papel e depois passares ao computador? Ou então treinares escrever mais depressa ao computador.

Jaime
www.blog.jaimegaspar.com

 
Às junho 24, 2006 5:01 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Compreendo esse mal, sempre que me acontece fico piursa mas por vezes acontece mesmo quando estou com o lapis e o papel. Eu acho que escrever no papel tem sempre outra aura e além disso sou adepta ferranha dos moleskines tenho pelo menos 2 sempre comigo!
Por vezes também me parece que não conseguimos escrever tão depressa porque as palavras não querem ficar presas no papel, querem ser uma silhueta no nosso pensamento ou como tu dizes um suspiro!
e suspirar às vezes é tão bom!!!!!!!!!!

 
Às junho 26, 2006 12:10 da manhã , Blogger Folha de Chá disse...

São ideias nossas, que não se partilham. As que se deixam partilhar, não fogem. ;)

 
Às junho 26, 2006 2:21 da tarde , Blogger Catarina disse...

jaime,
o problema não é a lentidão da escrita, seja ela de que forma for... é mesmo a velocidade alucinante dos pensamentos...

salomé,
escrever em caderninhos tem um encanto inexplicável. E reler é tão bom... decifrar a nossa própria letra quando os gatafunho saiem a velocidade estonteante... Mas gostei da ideia das palavras não quererem ficar presas. É isso mesmo...

folha de chá,
há ideias que não devem ficar reduzidas a escrito... e não há como lutar contra isso.

 
Às junho 26, 2006 8:35 da tarde , Blogger SOD, o Pérfido disse...

Andas a passar-te com o não conseguires passar alguma coisa para o resto da malta ler?! Experimenta um PocketPC, com reconhecimento de escrita e junta o melhor de dois mundos...

Vendo-te um...

 
Às junho 27, 2006 11:47 da manhã , Blogger Catarina disse...

sod, o pérfido,
nunca te aconteceu escreveres mentalmente um post perfeito? Uma carta para alguém especial. Uma reclamação para uma qualquer entidade... É isso que me acontece. Mentalmente é perfeito. Mas qdo tento passar para o papel ou para o PC fica uma bodega... quando sai alguma coisa.
Quanto à venda, lembras-te que mudei de emprego? Lembras-te q trabalho na venda de hardware??? Ah pois é!!!

 
Às junho 27, 2006 10:04 da tarde , Blogger SOD, o Pérfido disse...

Talvez eles vendam. Mas duvido que vendam um já ensinado a passar para os chips mensagens perfeitas...
Se estiver mentalmente bem, escrevo bem. Não se nota?!

Não escrevo bodegas...

 
Às junho 28, 2006 4:57 da tarde , Blogger Catarina disse...

sod, o pérfido,
sério???

 

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